terça-feira, outubro 26, 2010

( 3 ) Comentários

Ao debruçar da janela, velhas lembranças




Agora era apenas um homem de rosto rústico que descansava a mão sobre seus cotovelos no estréio da velha janela.

Por uma leve brisa, voou de sua cabeça um fio grisalho. No seu vôo panorâmico, acompanhado por seus olhos, fez-se notar as ruas e delas emergiram graciosas lembranças.

A calçada já era velha e em muitos pontos remendos novos a costuravam.

Aquela velha montanha ainda estava lá. Mas o verde já não era tão verde como antigamente. E a nuvem alva que a envolvia agora era mais negra.

Onde foram parar tantos pássaros que outrora gorjeavam à sua porta? No alto, nem sinal também das pipas que cortavam o ar.

As miúdas que pulavam amarelinha, corda, ono um... Os pimpolhos que disputavam gudes, giravam peão, que faziam correr a bola de meia... Que paravam para dar passagem à carroça e seu cavaleiro... Ah, os cavalos! Os cascos que coiceavam as pedras deram lugar à borracha das motos que a riscam. Seus condutores sobre elas já não usam chapéus. Agora são jovens a usar capacete. Ou sem eles para não tirar o gel que fulgura suas cabeleiras.

E os velhos, estes que noutro tempo mostravam tamanha vitalidade, agora já não saem mais.

Olham das janelas lembrando os bons e velhos tempos e os braços que por muito tempo descansavam à janela, agora mais facilmente, tem câimbra.

Imagem Via Memórias de uma coleção...
3 Responses to " Ao debruçar da janela, velhas lembranças "
27 de outubro de 2010 às 10:56
O tempo provoca alterações impensáveis no mundo que nos rodeia e em nós. Por vezes só analisando o que vemos concluímos que muito anos passaram. Beijinhos
George Conceição said :
29 de outubro de 2010 às 08:19
O tempo não consegue combater a força do pensamento!...
Anselmo said :
1 de novembro de 2010 às 19:30
Vana?
Não sabia desse nome do meio o.O

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