Há uma semana
segunda-feira, setembro 14, 2009
Impressões
Sena do Aragão
Ultimamente tenho andado bastante ocupado. Sendo que, muito do que tenho ouvido ou falado é sobre computador. Abdicar-me disso é principal motivo pelo qual não posto muito desse tema no blog.
Não nego que informática é a minha paixão desde novo. Mas, até mesmo os grandes apaixonados precisam sentir saudades para reforçar o sentimento. E eu tenho tentado.
Trabalho extra para mim (aquilo que faço fora da empresa a qual sou contratado) tem soado como uma espécie de favor. Embora eu seja, de forma autônoma, remunerado por isso. Me desloco até uma missão, como que fosse “salvar o mundo”, quando devia apenas estar aproveitando a noite ou o fim de semana, em busca de algo como um sorriso ou satisfação alheia. Mas olhando realmente, não passa de mais uma obrigação.
Outrora, isso era apenas o motivo pelo qual eu me enfadava no dia seguinte. Mas hoje, por um instante, percebi que era bem mais que isso. Estava faltando alguma coisa.
Nesta tarde, enquanto labutava com uma antiga impressora Epson LX 300, a esperar uma impressão bem sucedida (que não veio), pus-me de pé defronte uma janela com o sol aos pés.
Enquanto meu corpo assegurava minha presença local, meu olhar refletindo uma rua bem distante levava minha mente para o remoto.
Naquele momento, ao som de chorinho no rádio, todo o barulho da sala tornou-se insignificante. Projetei-me com o olhar ao local. Ante a grande sombra formada pelo obstáculo (amontoado de residências entre ladeiras). Não havia carros, não havia muitas pessoas nas ruas, não havia barulho. O melhor: não havia obrigações aparente.
Havia um homem vestido de laranja e um garoto sem camisa a andar perto. Nas ruas. E por um momento, um sentimento de inveja. Posteriormente, a realidade: A impressão terminou.
"O que fazemos na vida ecoa na eternidade."